quarta-feira, 8 de julho de 2015

GUIGNARD_ A MEMÓRIA PLÁSTICA do BRASIL MODERNO_ EXPOSIÇÃO no MAM PAULISTA

 

Exposição retrospectiva de Alberto da Veiga Guignard (Nova Friburgo, 25 de fevereiro de 1896Belo Horizonte, 25 de junho de1962) pintor brasileiro que se destacou como o grande paisagista do modernismo, apresenta 72 obras divididas em quatro temas: retratos, naturezas mortas, obras sacras e paisagens.

 

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Sua formação tem bases européias por ter vivido lá dos onze aos 33 anos. Frequentou as Academias de Belas Artes de Munique e de Florença.

De volta ao Brasil, nos anos 20, tornou-se conhecido juntamente com Cândido Portinari, Ismael Nery e Cícero Dias.

Morando no bairro do Jardim Botânico, no Rio, deslumbrava-se com  a paisagem da Mata Atlântica.  O relevo do maciço da Tijuca foi seu modelo brasileiro para confrontar-se com a paisagem vertical da pintura chinesa, que, sem pontos de fuga ou linhas descritivas, desdobra-se paralelamente à superfície da obra.

 

Guignard – A memória plástica do Brasil moderno

 

A atenção do pintor voltou-se para o patrimônio colonial brasileiro, já em fins da década de 1930. Seu primeiro modelo de arquitetura histórica foi o bairro de Santa Teresa, depois seria Ouro Preto.

 

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Ainda jovem orientou um grupo do qual participavam Iberê Camargo, Vera Mindlin e Alcides da Rocha Miranda. Nessa época (1944), a convite de Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, organizou um curso de desenho e pintura no recém-criado Instituto de Belas Artes. Apaixonou-se pela cidade e mudou-se para lá.   

Os retratos de Guignard, juntamente com as paisagens, são outros capítulos privilegiados da sua obra.

 

 

 

 

 

 

 

O lirismo de Guignard é único em nossa modernidade. As paisagens e festas_ em que muitas vezes parecem flutuar casas, igrejas, seguindo os balões juninos, numa atmosfera azul acinzentado, por vezes muito escuro_ dão ideia de que aparecem subitamente, tal como os desenhos de Mira Schendel e as pinturas de Rothko. É como se a arte flagrasse o momento em que as coisas surgem, antes mesmo de encontrarem seu lugar definitivo .

 

 

 

 

 

 

 

Por dedicar-se  praticamente a todos os gêneros da pintura - retrato, auto-retrato, paisagem, natureza-morta, flor, pintura de gênero e pintura religiosa - costuma, em muitas obras, tratar de dois ou mais gêneros na mesma tela, como em suas naturezas-mortas, quase sempre de caráter fantástico, que trazem uma paisagem ao fundo.

 

Recorde. A tela Vaso de Flores (1931) foi comprada num leilão da Sotheby's, em 1999, e é um dos destaques da mostra

 

Os retratos, considerados por alguns críticos como a vertente mais fértil de sua obra, constituem a maior parte de sua produção e trazem pessoas de sua família, amigos ou filhos de amigos, intelectuais, artistas e auto-retratos (nestes não deixa de fazer menção ao seu defeito congênito, o lábio leporino, também presente em representações de Cristo e outras figuras religiosas). Na produção de retratos destaca-se a obra As Gêmeas (1940), com a qual recebeu o prêmio de viagem ao país, na divisão moderna do Salão Nacional de Belas Artes. A tela retrata as irmãs Léa e Maura sentadas num sofá, tendo ao fundo a paisagem de Laranjeiras, bairro do Rio de Janeiro.

 

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“Diz-se que sua obra é decorativa; Matisse também foi um grande revolucionário decorativo. Agradar aos olhos, hoje, pode ser um pecado, mas, quando uma grande obra se emancipa na modernidade, trazendo prazer à contemplação, e apresenta, com ela, momentos de reflexão junto com o prazer de olhar, é tudo de que precisamos. Aqui, ela está apresentada, com momentos de alguns de seus contemporâneos. Espera-se que o prazer de olhar seja acompanhado pelo gozo do pensar”. Paulo Sergio Duarte Curador

MAM. Parque do Ibirapuera, portão 3

Terça-feira a domingo, 10h / 17h30. Até 11 de setembro.

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